sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Lei anti games ou lei pró diálogo familiar?


Conforme venho acompanhando os noticiários, o Senado está muito favorável a lei anti games que tem como finalidade censurar games que sejam “ofensivos aos costumes, tradições, cultos, credos, religiões e símbolos”, com base no artigo 20 da lei 7.716/89, que classifica como crimes passíveis de punição atitudes relacionadas a preconceito de raça ou cor; porém desta forma qualquer povoado poderá se sentir ofendido quanto aos seus "costumes ou tradições" correndo o risco de tornar -se uma lei repleta de demagogia moralista sem atingir os objetivos desejados.

Sinto que falta embasamentos teóricos com definições claras de como um game poderia influenciar um jogador a se tornar um preconceituoso para que esta lei tenha fundamentos. Outro ponto levantado foi a questão da violência que os atuais jogos proporcionam ás crianças, que ao chegar na escola batem nos colegas ou brincam de armas; mas paremos um minuto para olhar dentro da casa desta criança que joga vídeo game por horas sem a intervenção dos pais, que na sua fase de desenvolvimento necessitando de mais apoio, de falar, de ser ouvido e escutar, os pais estão ausentes e para isso temos: Vygotsky com sua teoria Sócio Interacionista, Erick Ericson com sua  Teoria do Desenvolvimento Psicosocial, Rogers com a questão do Desenvolvimento Infantil, Melanie Klein, Winnicott e muitos outros especialistas do desenvolvimento humano com anos de estudos, comprovando que a criança e o meio, vivem numa relação dialética e ambos se modificam conforme sua educação.

Vamos nos usar como exemplos. Quantos de nós não jogou Atari, Master Sistem, Mega Drive e muitos outros games de luta. Lembro-me do pequeno o Alex Kid que matava os monstros com socos para salvar a princesa; eu jogava muito e quando perdia ouvia palavras de conforto e principalmente que não valia a pena se sentir irritado com um game e hoje sou educadora, com uma infância saudável, dividiva entre jogos de tabuleiro com a família e eletrônicos e sem brigas em sala de aula

Assim, ao meu ver não adinta aprovar uma lei anti games se não há diálogo entre as famílias pentencentes a uma determinada cultura e que bem instruídos jogariam apenas como passatempo sem ser consumido por uma violência fora de hora. Portanto deixo uma pergunta ao senador: O que seria mais eficiente para nós: uma lei anti games ou uma lei pró diálogo familiar?





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